A EM Amaro de Souza Paes prossegue na
caminhada rumo ao conhecimento e parabeniza a todos os alunos pela participação
e dedicação na 3ª edição das Olimpíadas de Língua Portuguesa. A Olimpíada é uma
iniciativa do Ministério da Educação e busca trabalhar metodologia de ensino de
produção textual nas aulas de Língua Portuguesa.
A escola contou com diversos textos
muito bem elaborados pelos alunos que contaram com o estímulo de seus
professores. A Comissão Julgadora da escola foi
composta por Josimara (Orientadora Educacional), Sandra (Orientadora Educacional
formada na área de Letras), Geruzia (Diretora Adjunta), Denise (Diretora Geral).
Os textos também foram selecionados por Pâmella (Professora de Língua
Portuguesa) e Lívia (Professora de Língua Portuguesa e condutora das
Olimpíadas na Escola Municipal Amaro de Souza Paes).
Infelizmente, apenas um texto pode ser
escolhido e no gênero poema o aluno Gabriel
Alves Renhe, aluno do 6º ano, se destacou com seu texto “O mar”.
O lugar em que vivo
é um lugar bem tranquilo,
mas o que me emociona
é o zoado do mar.
Quando eu surfo
aonde me faz viajar.
E quando estou na praia
o silêncio me faz pensar
na vida e no meu lugar.
Gosto do mar como
gosto do meu lugaronde tanto gosto de morar!
Também tivemos Kerollyn Barreto de
Oliveira, aluna do 8º ano, se destacando no gênero Memórias literárias com seu texto intitulado “Meu ontem, seu hoje”:
Meu
ontem, seu hoje
Naquele tempo, televisão era coisa para
rico, assim como o rádio e os brinquedos. Meus brinquedos e de meus onze irmãos
eram confeccionados por nós mesmos. A vida era muito difícil. Meu pai era muito
rígido e não permitia que brincássemos e, por esse motivo, sempre brincávamos
escondido. Não tínhamos muito que fazer para nos distrair. Eu e alguns dos meus
irmãos, às vezes, iamos aos bailes, mas tudo era sempre escondido de papai e
dançávamos ao ritmo da jovem-guarda.
A cultura era outra. O casamento não
era como hoje em dia. As
pessoas eram verdadeiras e sentiam um amor lindo! Não era comum ser traído ou
trair até porque isso causava um reboliço no bairro. A juventude, antigamente,
era mais tranquila, não dava tanto trabalho quanto hoje em dia. Também não havia
muito tráfico de drogas e era difícil ver alguém usando, mas com certeza já
existia. As meninas eram mais comportadas e davam-se o respeito. Só podíamos
namorar com o pai ao lado e olhe lá! Onde eu cresci, também usávamos gírias
diferentes como brega-chique, lamparão, carrapeta que é a pipa, garrutio, rango
que é a comida e raioso era usado em indignações.
No meu tempo, as filhas ajudavam em
casa e os filhos ajudavam no canavial, mas muitas vezes as meninas menores
ficavam em casa e as outras iam com papai e mamãe para cortar cana. O respeito
era algo admirável. O que os pais falavam era lei em casa.
As roupas também eram diferentes. Não
usávamos roupas tão curtas e decotadas nem mesmo maquiagem. Meu Deus! Ai de
quem usasse! Papai batia até... Mas por um lado, foi bom, pois eles se
preocupavam com os seus filhos e todos nós somos o que somos pela educação que
recebemos. Se hoje temos um presente bom foi porque pensamos e lutamos pelo
nosso futuro, diferente de muitos jovens e adolescentes de hoje.
A parte mais triste da minha
adolescência foi no dia em que fiz quinze anos, pois perdi a minha mãe. Ela
tirou a própria vida pulando no poço da casa com a corda amarrada no seu
pescoço. Isso nos fez sair de onde morávamos e viemos para Campos dos Goytacazes.
Eu e meus irmãos éramos muito novos e tivemos que recomeçar nossa história. Foi
difícil, mas não posso esquecer São Francisco de Itabapoana. Foi o meu ontem
que me transformou na pessoa que sou hoje.
Agora
é ficar na torcida para que nossos alunos sejam selecionados para a etapa final
deste concurso. Parabéns a todos pela dedicação e empenho em mais um trabalho!
Professora Lívia
- Português
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