quarta-feira, 5 de setembro de 2012

OLIMPÍADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA NA EMASP

 

A EM Amaro de Souza Paes prossegue na caminhada rumo ao conhecimento e parabeniza a todos os alunos pela participação e dedicação na 3ª edição das Olimpíadas de Língua Portuguesa. A Olimpíada é uma iniciativa do Ministério da Educação e busca trabalhar metodologia de ensino de produção textual nas aulas de Língua Portuguesa.

            A escola contou com diversos textos muito bem elaborados pelos alunos que contaram com o estímulo de seus professores. A Comissão Julgadora da escola foi composta por Josimara (Orientadora Educacional), Sandra (Orientadora Educacional formada na área de Letras), Geruzia (Diretora Adjunta), Denise (Diretora Geral). Os textos também foram selecionados por Pâmella (Professora de Língua Portuguesa) e Lívia (Professora de Língua Portuguesa e condutora das Olimpíadas na Escola Municipal Amaro de Souza Paes).
Infelizmente, apenas um texto pode ser escolhido e no gênero poema o aluno Gabriel Alves Renhe, aluno do 6º ano, se destacou com seu texto “O mar”.
 
O mar
O lugar em que vivo
é um lugar bem tranquilo,
mas o que me emociona
é o zoado do mar.

Quando eu surfo
aonde me faz viajar.
E quando estou na praia
o silêncio me faz pensar
na vida e no meu lugar.

Gosto do mar como
gosto do meu lugar
onde tanto gosto de morar!


Também tivemos Kerollyn Barreto de Oliveira, aluna do 8º ano, se destacando no gênero Memórias literárias com seu texto intitulado “Meu ontem, seu hoje”:
Meu ontem, seu hoje
          Minha juventude foi em uma roça chamada São Francisco de Itabapoana. Lá era um lugar pequeno, humilde, de estradas de chão, sem luz elétrica e a água era de poço. A escola era de difícil acesso e precisávamos levantar bem cedo para não nos atrasar. Os chefes de família precisavam pôr comida na mesa e era difícil conseguir arrumar “um bico” que fosse. A opção era trabalhar cortando cana-de-açúcar e cultivando abacaxi.
         Naquele tempo, televisão era coisa para rico, assim como o rádio e os brinquedos. Meus brinquedos e de meus onze irmãos eram confeccionados por nós mesmos. A vida era muito difícil. Meu pai era muito rígido e não permitia que brincássemos e, por esse motivo, sempre brincávamos escondido. Não tínhamos muito que fazer para nos distrair. Eu e alguns dos meus irmãos, às vezes, iamos aos bailes, mas tudo era sempre escondido de papai e dançávamos ao ritmo da jovem-guarda.
         A cultura era outra. O casamento não era como hoje em dia. As pessoas eram verdadeiras e sentiam um amor lindo! Não era comum ser traído ou trair até porque isso causava um reboliço no bairro. A juventude, antigamente, era mais tranquila, não dava tanto trabalho quanto hoje em dia. Também não havia muito tráfico de drogas e era difícil ver alguém usando, mas com certeza já existia. As meninas eram mais comportadas e davam-se o respeito. Só podíamos namorar com o pai ao lado e olhe lá! Onde eu cresci, também usávamos gírias diferentes como brega-chique, lamparão, carrapeta que é a pipa, garrutio, rango que é a comida e raioso era usado em indignações.
         No meu tempo, as filhas ajudavam em casa e os filhos ajudavam no canavial, mas muitas vezes as meninas menores ficavam em casa e as outras iam com papai e mamãe para cortar cana. O respeito era algo admirável. O que os pais falavam era lei em casa.
         As roupas também eram diferentes. Não usávamos roupas tão curtas e decotadas nem mesmo maquiagem. Meu Deus! Ai de quem usasse! Papai batia até... Mas por um lado, foi bom, pois eles se preocupavam com os seus filhos e todos nós somos o que somos pela educação que recebemos. Se hoje temos um presente bom foi porque pensamos e lutamos pelo nosso futuro, diferente de muitos jovens e adolescentes de hoje.
         A parte mais triste da minha adolescência foi no dia em que fiz quinze anos, pois perdi a minha mãe. Ela tirou a própria vida pulando no poço da casa com a corda amarrada no seu pescoço. Isso nos fez sair de onde morávamos e viemos para Campos dos Goytacazes. Eu e meus irmãos éramos muito novos e tivemos que recomeçar nossa história. Foi difícil, mas não posso esquecer São Francisco de Itabapoana. Foi o meu ontem que me transformou na pessoa que sou hoje.
Agora é ficar na torcida para que nossos alunos sejam selecionados para a etapa final deste concurso. Parabéns a todos pela dedicação e empenho em mais um trabalho!

 
Professora Lívia - Português